domingo, 20 de abril de 2008

recorte número tal

*bruno bandido

uma e meia da manhã de domingo pra segunda e eu decidi sair de casa. parei na frente do bar do dj jipp e apesar de já ter ingresso não me deu a mínima vontade de entrar, no duro. caminhei até o centro, o que significa umas quinze quadras, pra não ver ninguém. comprei uma cerveja e dei meia volta com os passarinhos tentando dormir e os vira-latas brincando de lobos. me lembrei dos velhos poemas de Ginsberg pelo caminho e então surgiu o primeiro recorte. aí sim algo me fez entrar no bar, se é que pode se chamar assim. centenas de gurias bonitas que provavelmente vão se casar com uns caras que vivem falando sobre quantos litros de gasolina fazem por quilômetro. lembrei de Sallinger e dei no pé.

o recorte número tal são fragmentos que mostram/fingem a percepção de jovem urbano nessa cidade, ou qualquer coisa que o valha. aí vai o número um.

#1

lá no rio, de madrugada,
um azul pro escuro
e a guria que eu curtia,
de sobretudo,
gostava de dizer preu ser só eu mesmo.
nessas horas o amor é sempre o peso do mundo.

na roda de amigos ao lado
tentavam nos convencer
que se homem ou mulher tanto faz,
e eu ria simpático pra não ter que discordar.



*bruno bandido é plagiador dos velhos clichês adolescentes.

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