domingo, 15 de junho de 2008

Abandono Coletivo (das artes musicais)

*bruno bandido

Introdução:


Jaguarão vive um período semi-vivo de bandas de rock’n roll e pop. Todos tocam mas não tocam. O que acontece é uma falta de incentivo local, preguiça e falta de tempo de músicos, baixo índice de rebeldia artística e que muitos agitadores e instrumentistas estão exilados da cidade. Vamos deixar claro que tudo que o artigo-manifesto visa esclarecer é uma proposta/aposta ao oposto.


Objetivo:


Vou lançar a teoria do ex-músico sórdido. Aquele que sai com uma calça de brim branco suja para não se preocupar se, por acaso, um caminhão salpicar-lhe lama.


Resumo:


Ter banda não tá mais com nada.

É melhor migrar pra outro tipo de arte como abrir um bar ou montar uma equipe de taco.


Abstract:


I speak english very bad.


1. Contextualização, Explicação, Proposta e Argumentação:


Saquem só:


1.1 Breve histórico poético

Rimbaud aos dezesseis anos já tinha escrito seus mais belos versos. Com dezenove não escrevia mais nada. Renunciou a literatura e a poesia presa nos livros para vivê-la. Foi traficar armas na África e ter Verlaine só em pensamentos não importantes. Afinal, é o melhor poeta de todos os tempos, exaltou o simbolismo, inventou o modernismo e resmungou libertinagem.

Andy Warhol, em seu ímpeto pop, parou de pintar pra ficar levando o sucesso nas costas e as custas de uma idéia antes do tempo e no trabalho dos speed freaks da Factory. Não é à toa que é mil vezes mais lembrado que qualquer outro artista da Pop Art.

Jack Kerouac ressuscitou sua mãe, matou seus amigos e seus ideais, morreu rabugento com o mundo. Votou em Nixon como um bom filhodaputa. Tudo isso depois de escrever livros que realmente mudaram o mundo e as pessoas com ideias libertários.


1.1,5 Contextualização Armada


orangotangos
dançam tangos
sem conhecer gardel


1.2 O que deve ser a nossa poesia e arte


Quero deixar claro que todos gostam de poesia. Todos gostam de arte. E se alguém não gosta é porque tem que rever seus conceitos na questão “O que é poesia?”. Poesia é toda a estética que leva a pessoa a ter referencias subjetivas e emocionais. Se você enxergar uma lata de inseticida e isso te levar a refletir e duelar emocionalmente: Você achou a poesia. Portanto, tudo bem se você achar Drummond uma merda e curtir os Serranos. O que tem que entender é que nem tudo de Drummond é poesia e nem tudo de Serranos é poesia. Eu mesmo acho pouca poesia nos versos de Vinicius de Moraes, em suas músicas é outra história. Portanto, existe poesia na novela das oito e não serei hipócrita de contestar a afirmação.


1.3 Vamos abandonar as bandas


Após todas essas questões que coloco, fica fácil de saber o que devemos e, temos como obrigação suave, fazer. Mandar a música que vá a merda! Não a música em si. E sim, às bandas que possuímos, e as músicas que fizemos para colocar no portal mp3, no teatro com um público pequeno, ou na rádio (para os de tino mais comercial e potencialmente belo para o povo). Se desprendermos nosso potencial artístico de grupos musicais, daí sim, poderemos usá-lo para coisas realmente importantes, e que elevem nosso status objetivo.

Vamos, meus caros leitores e músicos jaguarenses, viver a nossa arte. Migrar para fontes que ajudem a cidade e a nossa diversão. Devemos, portanto, levar a outras consequências nossas capacidades artísticas e estéticas. Por que não abrir um bar realmente bom, regado à intelectualidade, poesia de nosso gosto e hedonismo? Muito melhor que tocar em bares que detestamos. Por que ensaiar? Vamos montar uma boa equipe de jogo do taco e nos divertir pelas calçadas e ruas! Corridas de Rolliman enlouquecidas na frente do Fórum! Por que pedir patrocínios para realizar eventos? Por que nos estressar com as autoridades burocráticas e burras que assolam secretarias culturais do município? Vamos só beber, o que a gente faz bem melhor. Essa será a grande intervenção artística em Jaguarão. Arruaceiros poetas, meninos de rua cantando Beatles e Legião Urbana. Violão desafinado na madrugada entre copos de vinho vagabundo. Futebol no Alaniz! E mais tudo isso que sempre soubemos fazer melhor do que tocar. Vamos viver a música, ao invés de imitá-la. Assim a poesia virá a nossas vidas.


2. Conclusão:

No Maratona,
Yes Maradona.







*bruno bandido até parece não ter o que fazer.

2 comentários:

Luis Fernando Scarano disse...

Triste ter que ler isso.E o mais triste é saber que é verdade.

Anônimo disse...

que triste que nada...